Nada de Novo no Front ERICH MARIA REMARQUE

E por que ler Nada de Novo no Front (Im Western Nicht Neues, de Erich Maria Remarque, Ed. Abril Cultural, 1981, 231 págs., tradução de Helen Rumjanek), uma estória dentro da história da Primeira Guerra Mundial? 
Pra quem se interessa pelo assunto, nem preciso continuar; se o autor não fala de estratégia militar do ponto de vista de quem comanda, ele detalha em minúcias a rotina e as agruras de um jovem soldado da infantaria, desde a sua sofrida (de)formação preparatória até a luta no campo de batalha. 
Mas Remarque vai muito além. Tendo ele próprio lutado na grande guerra, nos mostra a ilusão e a desilusão dos adolescentes mal saídos da escola e jogados no confronto, o edurecimento à força, "no susto", que nada os protege dos traumas, da decepção, da loucura. 
Há mutilação física, mas ela dói menos do que a perda do sentido de si, que mal tinha chegado a se formar. Há também poucas e genuínas alegrias, amizades, aventuras felizes. 
O livro mostra o desencanto de uma geração cujo primeiro emprego é matar ou morrer. E que na maior parte dos casos foi matar e morrer. Se morre de mil maneiras numa guerra. 
Remarque tem uma linguagem franca e ritmo ágil. É leitura pra uma tarde de quarentena. Nem por isso menos permanente na mente e no coração de quem lê. 

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